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Brasil

“JUROS ALTOS: UM OBSTÁCULO À COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA”, AFIRMA PRESIDENTE DA FIEMG

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Em uma entrevista recente, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, abordou os impactos negativos do aumento da taxa de juros sobre a indústria brasileira. Segundo Roscoe, a decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 10,75% representa um grande desafio para o setor produtivo do país.

Roscoe destacou que o aumento dos juros provoca uma retração econômica generalizada. “Toda vez que os juros sobem, a economia inteira entra em retração, porque as pessoas, ao invés de consumir ou investir, optam por aplicar o dinheiro no banco, que fica mais atrativo”, explicou. Ele ressaltou que essa dinâmica afeta diretamente a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional. “Os juros elevados impedem que o setor produtivo brasileiro possa competir em igualdade com os países do mercado internacional”, afirmou.

O presidente da Fiemg também mencionou que os altos custos financeiros dificultam os investimentos em modernização e inovação. “Ao fazer investimentos em modernização, as empresas brasileiras enfrentam um custo financeiro muito mais alto que seus competidores estrangeiros. Com isso, vamos perdendo terreno no mercado internacional”, alertou Roscoe.

Roscoe questionou as justificativas apresentadas pelo Banco Central para o aumento da Selic, como o possível aumento da energia elétrica devido à seca histórica e o crescimento econômico acima do esperado. Para ele, esses fatores não são suficientes para justificar a elevação dos juros. “Houveram sinais no curto prazo agora de deflação, de redução da inflação, muito forte. Esse momento hídrico é pontual e não é um impacto tão grande, eu acredito, no longo prazo”, argumentou.

Como alternativa para controlar a inflação sem elevar os juros, Roscoe defendeu a redução dos gastos públicos. “O governo tem gastado mais do que arrecadado. E esse é um ponto que preocupa a todos, é o gasto público”, afirmou. Ele criticou a estratégia de aumentar a arrecadação por meio de novos tributos, argumentando que isso acaba penalizando a sociedade como um todo.

A fala de Flávio Roscoe evidencia a preocupação da indústria com a política monetária atual e seus efeitos sobre a competitividade e o crescimento econômico do Brasil. A expectativa é que o governo considere essas críticas e busque alternativas que não prejudiquem o setor produtivo.

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