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LULA AMEAÇA BANIR EMPRESAS DE APOSTAS ESPORTIVAS CASO REGULAÇÃO NÃO APRESENTE RESULTADOS ESPERADOS

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 17 de outubro, que o governo poderá proibir as atividades de empresas de apostas esportivas no Brasil, caso a regulação recentemente implementada não seja eficaz. A declaração foi dada durante um evento, em meio às discussões sobre os impactos das apostas online no país e o crescente mercado de bets, que tem ganhado destaque nos últimos anos.

Segundo Lula, o governo se deparou com duas opções claras para lidar com o setor de apostas esportivas: acabar de vez com as empresas ou regulamentar o mercado. A opção foi pela regulação, medida que entrou em vigor recentemente e busca controlar o setor, estabelecendo regras mais rígidas para o funcionamento dessas empresas no Brasil. Com a regulamentação, o objetivo é não apenas criar um ambiente mais transparente e seguro para os consumidores, mas também aumentar a arrecadação de impostos por meio de taxas sobre os lucros das operadoras.

Lula destacou os primeiros impactos dessa decisão, mencionando que mais de 2 mil plataformas de apostas já foram retiradas do mercado desde a implementação das novas regras. “Vamos ver. Se a regulação der conta, está resolvido. Se não der conta, eu acabo [com elas]”, afirmou o presidente, sinalizando que o governo não hesitará em adotar medidas mais drásticas caso a regulamentação não atenda às expectativas.

O setor de apostas esportivas tem crescido exponencialmente no Brasil nos últimos anos. Com a popularização das plataformas digitais e o aumento do interesse por esportes, especialmente o futebol, as *bets* atraíram milhões de brasileiros. Estima-se que o mercado movimente bilhões de reais anualmente, sendo um dos setores mais lucrativos da economia digital no país.

Contudo, com esse crescimento, vieram também os desafios. O governo e especialistas da área levantaram preocupações sobre questões como vício em jogos, lavagem de dinheiro, ausência de proteção aos consumidores e evasão fiscal. Até o momento, muitas das operadoras que atuam no Brasil têm sede em países que oferecem regulação mínima ou inexistente, dificultando o controle das atividades e a arrecadação de impostos.

A regulamentação recente é vista como um passo importante para trazer ordem a esse mercado caótico. O governo estabeleceu regras para o licenciamento das empresas e criou mecanismos para garantir que elas operem de acordo com as leis brasileiras. Entre as medidas, estão a cobrança de uma taxa de 18% sobre a receita bruta das operadoras e a exigência de que elas tenham uma base física no Brasil.

A medida de Lula de regular as apostas esportivas é vista por muitos como uma tentativa de encontrar um equilíbrio entre os benefícios econômicos e a proteção social. A expectativa é que, com a regulamentação, o governo possa arrecadar mais de R$ 6 bilhões por ano, dinheiro que poderia ser investido em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança.

No entanto, existem também vozes críticas. Alguns grupos, como organizações de combate ao vício em jogos, questionam se a regulação será suficiente para mitigar os impactos negativos do setor. Pesquisas indicam que o vício em apostas está em crescimento no Brasil, especialmente entre jovens e pessoas de baixa renda. Além disso, há receios de que a regulação possa não ser eficaz em coibir práticas ilegais, como a manipulação de resultados esportivos, uma questão delicada que tem afetado a integridade de diversas competições esportivas.

As operadoras de apostas, por sua vez, têm reagido com cautela à nova legislação. Algumas empresas, principalmente as maiores, já começaram a se adaptar às exigências do governo, enquanto outras estão deixando o mercado ou buscando alternativas para contornar as novas regras.

Com a afirmação de Lula de que poderá “acabar” com as apostas esportivas, o futuro do setor permanece incerto. A depender dos resultados da regulação, o Brasil pode seguir dois caminhos muito diferentes: tornar-se um dos maiores mercados regulamentados do mundo, atraindo investimentos e garantindo a proteção dos consumidores, ou, no cenário mais extremo, banir completamente as atividades de apostas, o que poderia empurrar o setor para a clandestinidade.

O governo, no entanto, parece comprometido em garantir que as novas regras sejam cumpridas. Ao mencionar que 2 mil plataformas de apostas já saíram de circulação, Lula deixa claro que a fiscalização será rigorosa e que o governo não medirá esforços para coibir práticas irregulares.

Por ora, a população aguarda os próximos passos, enquanto o mercado de apostas no Brasil se adapta a esse novo cenário. A regulação das bets pode, ao mesmo tempo, trazer benefícios econômicos consideráveis e ajudar a resolver problemas sociais associados ao setor. No entanto, se não for suficiente para lidar com os desafios do mercado, o próprio presidente já adiantou: o governo pode proibir de vez esse tipo de serviço.

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