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DEPUTADO FRANCÊS CHAMA CARNE BRASILEIRA DE “LIXO” E GERA REVOLTA ENTRE PECUARISTAS DO BRASIL

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A declaração polêmica de um deputado francês comparando a carne brasileira a “lixo” acendeu um novo embate entre Brasil e França no contexto das negociações do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A fala, feita durante um debate no Parlamento Europeu, foi usada como justificativa para rejeitar o pacto, alegando que os produtos brasileiros não atendem aos padrões de qualidade e sustentabilidade exigidos pela Europa.

A acusação foi recebida com indignação pelos pecuaristas brasileiros, que veem a declaração como um ataque injusto à reputação do setor agropecuário nacional, reconhecido mundialmente por sua qualidade e capacidade produtiva.

A declaração polêmica

O deputado, cujo nome não foi divulgado oficialmente, alegou que a carne brasileira estaria associada ao desmatamento ilegal, ao uso excessivo de agrotóxicos e à falta de rastreabilidade. “Não podemos aceitar carne de tão baixa qualidade, comparável a lixo, invadindo nossos mercados e prejudicando os produtores europeus”, afirmou, em tom combativo.

A fala reflete a resistência de países europeus, liderados pela França, em aprovar o acordo UE-Mercosul, assinado em 2019, mas que ainda não foi ratificado devido a preocupações ambientais e comerciais.

Indignação dos pecuaristas brasileiros

No Brasil, a reação foi imediata. Associações de produtores, entidades do agronegócio e líderes políticos repudiaram a declaração, classificando-a como desinformada e preconceituosa.

“É um absurdo que, em pleno século XXI, tenhamos que lidar com declarações tão ofensivas e desconectadas da realidade. A pecuária brasileira segue padrões rigorosos de qualidade e sustentabilidade, muito além do que esse deputado insinua”, afirmou Márcio Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gado (ABCG).

A qualidade da carne brasileira

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e detém mercados em mais de 150 países, incluindo grandes consumidores como China e Estados Unidos. Os pecuaristas destacam que o setor tem investido em tecnologia, sustentabilidade e certificações internacionais, garantindo a qualidade e a competitividade do produto.

Segundo dados da Embrapa, mais de 90% das exportações de carne brasileira seguem critérios de rastreabilidade e sustentabilidade, desafiando a narrativa de que o setor ignora questões ambientais.

“Enquanto alguns políticos na Europa tentam proteger seus mercados internos com acusações infundadas, nós seguimos produzindo para alimentar o mundo com responsabilidade”, declarou o pecuarista João Barreto, de Mato Grosso.

A resistência europeia ao acordo UE-Mercosul

Embora questões ambientais sejam frequentemente citadas como barreiras ao acordo, especialistas afirmam que a verdadeira motivação está na proteção ao mercado agrícola europeu. Países como França e Irlanda temem a concorrência direta com produtos agrícolas do Mercosul, que chegam a preços mais competitivos.

“A Europa utiliza o discurso ambiental como cortina de fumaça para justificar um protecionismo econômico que penaliza os produtores brasileiros”, avalia o economista agrícola Pedro Monteiro.

O que está em jogo?

O acordo UE-Mercosul, que poderia criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, enfrenta entraves que vão além da carne bovina. O pacto envolve tarifas, padrões de produção, propriedade intelectual e compromissos ambientais.

Enquanto isso, declarações como a do deputado francês alimentam tensões diplomáticas e dificultam avanços. “Não aceitaremos ataques gratuitos. A carne brasileira é motivo de orgulho e merece respeito”, concluiu Márcio Lopes.

A indignação dos pecuaristas e a mobilização de autoridades brasileiras reforçam a necessidade de diálogo para superar preconceitos e fortalecer o comércio internacional, valorizando a qualidade e os esforços do setor produtivo nacional.

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