Brasil
BANCO CENTRAL REFORÇA COMPROMISSO COM META DE INFLAÇÃO E ALERTA PARA RISCOS FISCAIS
Em meio a um cenário econômico incerto, o Banco Central do Brasil (BC) divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), destacando a decisão de não fornecer indicações futuras sobre os próximos passos para a taxa básica de juros, a Selic. A instituição reforçou seu compromisso com a meta de inflação e alertou para os riscos fiscais que podem impactar a economia do país.
Na reunião realizada em 18 de setembro, o Copom decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, passando de 10,5% para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os diretores do Banco Central, que avaliaram um cenário de maior risco de alta da inflação e um possível superaquecimento da economia brasileira.
A ata da reunião destacou que, devido às incertezas no cenário econômico, o Comitê optou por uma comunicação que enfatiza a importância do acompanhamento contínuo dos cenários, sem fornecer uma indicação clara sobre os próximos passos. No entanto, o BC reafirmou seu firme compromisso com a convergência da inflação à meta estabelecida, que é de 3% para este e os próximos anos.
O documento também chamou a atenção para a deterioração na percepção dos agentes financeiros em relação à política fiscal do governo. O aumento dos gastos públicos e a sustentabilidade do marco fiscal, em vigor desde agosto de 2023, foram apontados como fatores que têm impactado significativamente os preços de ativos e as expectativas de inflação.
O Banco Central defendeu a necessidade de uma política fiscal crível, baseada em regras previsíveis e transparência nos resultados. A instituição alertou que a falta de disciplina fiscal e o esmorecimento nas reformas estruturais podem elevar a taxa de juros neutra da economia, dificultando a convergência da inflação à meta.
Além disso, a ata destacou que o mercado de trabalho doméstico tem apresentado maior dinamismo do que o esperado, o que pode levar a um superaquecimento da economia. Esse cenário reforça a necessidade de uma política monetária mais contracionista para controlar a inflação.
A decisão do Banco Central de não indicar futuros passos para a taxa de juros, aliada ao reforço do compromisso com a meta de inflação e ao alerta sobre os riscos fiscais, reflete a complexidade do cenário econômico atual. A instituição busca equilibrar a necessidade de controle da inflação com a manutenção da credibilidade fiscal, em um contexto de incertezas tanto no cenário doméstico quanto no externo.
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