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Brasil

CORRIDA ELEITORAL 2026: LULA, KASSAB E BOLSONARO

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A corrida eleitoral para 2026 já começou nos bastidores da política brasileira, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se movimentado para assegurar o apoio do PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, na próxima disputa presidencial. O movimento de Lula ocorre em meio à resistência do ex-presidente Jair Bolsonaro em consolidar alianças com Kassab, abrindo uma oportunidade para que o atual governo amplie sua base de sustentação política e garanta mais força em uma possível candidatura.

A relação entre Bolsonaro e Kassab nunca foi das mais harmoniosas. Mesmo durante o governo Bolsonaro, o PSD manteve uma postura de relativa independência, evitando um alinhamento direto com o ex-presidente. O partido, conhecido por seu pragmatismo político e capacidade de diálogo com diferentes espectros, não se posicionou de maneira ideológica em diversos temas-chave, o que gerou atritos e desconfiança por parte da base bolsonarista.

Atualmente, Bolsonaro encara com desconfiança a possibilidade de uma aliança com o PSD, especialmente diante do perfil moderado de Kassab, que tem mantido conversas frequentes com líderes de diferentes correntes políticas, incluindo Lula. Esse cenário abre margem para que o presidente Lula atue com mais liberdade na busca pelo apoio do partido em 2026, o que pode ser decisivo no contexto de uma eleição polarizada.

Desde que reassumiu a Presidência da República, Lula tem dado sinais de que buscará uma composição mais ampla de forças políticas para garantir governabilidade e pavimentar o caminho para uma possível reeleição. O PSD é visto como um partido fundamental nesse xadrez político, devido à sua capilaridade em todo o Brasil e sua força no Congresso Nacional.

Lula e Kassab já mantêm uma relação de diálogo próximo, e o PSD tem demonstrado disposição para colaborar em pautas estratégicas do governo, como a reforma tributária e as políticas sociais. No entanto, o partido ainda mantém certa distância em relação a um apoio oficial para 2026, mantendo-se em uma posição estratégica de negociação até que o cenário político se desenhe com maior clareza.

O PSD, fundado por Kassab em 2011, tem uma posição privilegiada no cenário político nacional, sendo um dos maiores partidos do Brasil. Em 2026, o partido pode se tornar o fiel da balança entre os grandes concorrentes à Presidência. Com um perfil pragmático e uma base de apoio distribuída em várias regiões do país, o PSD é cobiçado tanto pela direita quanto pela esquerda.

A sigla tem governadores em estados importantes, como Minas Gerais, onde Romeu Zema é uma figura influente, e no Senado conta com a liderança de nomes de peso, como o presidente da casa, Rodrigo Pacheco. Esses fatores tornam o partido um ativo importante para qualquer candidato que deseje aumentar sua chance de vitória em uma eleição acirrada.

Apesar do bom relacionamento entre Lula e Kassab, o caminho para um acordo formal entre o PT e o PSD em 2026 não é simples. O partido de Kassab tem uma base heterogênea, composta por políticos de diferentes inclinações ideológicas, o que pode dificultar uma adesão completa à candidatura de Lula. Além disso, o próprio Kassab tem uma postura de cautela e não quer precipitar um posicionamento antes de ter uma leitura mais clara do cenário eleitoral.

Outro desafio para Lula será garantir que o PSD permaneça ao seu lado diante da possível fragmentação da direita. Embora Bolsonaro ainda seja o principal nome da oposição, o surgimento de novas lideranças, como Romeu Zema, pode abrir espaço para negociações de alianças que enfraqueçam o campo da esquerda.

Jair Bolsonaro, por sua vez, mantém sua base fiel e vem trabalhando para reestruturar a direita brasileira após sua derrota em 2022. Entretanto, sua resistência a Kassab pode prejudicar a formação de uma frente ampla contra o PT em 2026. A busca por um novo nome que represente a direita – seja uma figura mais moderada ou alguém que agregue o bolsonarismo com outros setores conservadores – pode esbarrar na capacidade de articulação de Bolsonaro em garantir o apoio do PSD.

Com a direita em processo de reorganização, a falta de uma definição clara de seu rumo em 2026 pode favorecer a estratégia de Lula, que tem buscado consolidar alianças com partidos de centro, como o PSD, para ampliar sua base de apoio e minimizar a polarização que marcou as últimas eleições.

Para Lula, garantir o apoio de partidos como o PSD é essencial para afastar o fantasma da polarização extrema e ampliar suas chances de reeleição. Em um cenário onde o eleitorado tem demonstrado cansaço com a polarização política, alianças com o centro podem ser decisivas para atrair o voto de setores mais moderados.

Essa estratégia também visa garantir uma base sólida no Congresso Nacional, onde Lula já enfrentou desafios em aprovar suas pautas prioritárias. Um PSD alinhado ao governo seria um reforço crucial para a aprovação de reformas e projetos-chave para a continuidade do atual governo.

A resistência de Bolsonaro a Gilberto Kassab abre uma oportunidade para Lula atrair o PSD para seu campo político em 2026. Com um perfil pragmático e forte presença nas principais regiões do Brasil, o PSD pode desempenhar um papel decisivo na disputa presidencial, sendo o fiel da balança entre os principais candidatos. Lula já iniciou sua articulação com o partido, buscando construir uma aliança ampla e moderada que possa não apenas garantir sua governabilidade, mas também pavimentar o caminho para uma possível reeleição.

No entanto, com um cenário político ainda em construção e a direita buscando novas lideranças, a disputa pelo apoio do PSD será um dos principais focos de atenção até a definição das candidaturas para 2026. O jogo político está apenas começando, e o futuro das alianças pode definir o rumo das eleições.

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