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“INDÚSTRIA DOS CORTES”: NOVA ESTRATÉGIA DE CAMPANHA PODE CONFIGURAR ABUSO DE PODER, AVALIA TSE

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Uma ala do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está em alerta sobre a chamada “indústria dos cortes” nas redes sociais, que pode configurar abuso de poder nas campanhas eleitorais e levar à inelegibilidade por até oito anos. A preocupação surge em meio às estratégias de candidatos como Pablo Marçal, do PRTB, que utilizam intensamente essa técnica para monetização e promoção de suas campanhas.

A “indústria dos cortes” refere-se à prática de editar vídeos longos em pequenos trechos, ou “cortes”, que são compartilhados nas redes sociais para maximizar o alcance e engajamento. Essa técnica tem sido amplamente utilizada por influenciadores e, mais recentemente, por políticos, para disseminar suas mensagens de forma mais eficaz e viral.

Magistrados do TSE têm debatido internamente os efeitos dessa estratégia, especialmente no que diz respeito à monetização e ao impacto na paridade de armas durante o pleito. A ministra substituta Vera Lúcia, em palestra recente, destacou que as eleições municipais em São Paulo trazem novos desafios à Justiça Eleitoral, incluindo a regulamentação dessas novas práticas.

O candidato Pablo Marçal tem sido um dos principais utilizadores dessa técnica, o que gerou apreensão entre os ministros do TSE. A Corte avalia que o uso intensivo dos “cortes” pode significar abuso dos meios de comunicação, desequilibrando a igualdade de condições entre os candidatos.

Diferentemente dos impactos da inteligência artificial, que levou o TSE a proibir os “deepfakes”, a “indústria dos cortes” é uma novidade que a Corte não conseguiu prever. A falta de regulamentação específica sobre o tema deixa um vácuo jurídico que precisa ser preenchido para garantir a lisura das eleições futuras.

A “indústria dos cortes” representa um novo desafio para a Justiça Eleitoral brasileira. A necessidade de regulamentação e a preocupação com o abuso de poder são temas que devem ser acompanhados de perto para garantir a integridade do processo eleitoral.

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