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MUDANÇA NA LEI DA FICHA LIMPA: CCJ APROVA PROJETO QUE REDUZ PRAZOS DE INELEGIBILIDADE

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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou recentemente um projeto de lei que altera os prazos de inelegibilidade estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa. A decisão gerou debates acalorados sobre suas implicações para a política brasileira. Vamos entender o que muda com essa nova proposta e quais são os possíveis impactos.

O Projeto de Lei (PL) 192/2023, aprovado pela CCJ, propõe que o prazo de inelegibilidade de políticos condenados criminalmente continue sendo de oito anos, mas com uma mudança crucial: esse prazo passará a ser contado a partir da sentença condenatória, e não mais após o cumprimento da pena. Isso significa que, se um político for condenado a cinco anos de prisão, por exemplo, ele ficará inelegível por um total de oito anos a partir da sentença, e não por treze anos ou mais, como ocorre atualmente.

Além da alteração no início da contagem do prazo de inelegibilidade, o projeto também propõe mudanças no período de desincompatibilização. Profissionais como funcionários do Ministério Público, da Defensoria Pública ou policiais deverão se afastar de seus cargos seis meses antes das eleições, em vez dos quatro meses exigidos atualmente.

Os defensores do projeto argumentam que a mudança traz mais justiça e proporcionalidade ao sistema eleitoral. Eles afirmam que a contagem do prazo de inelegibilidade a partir da sentença evita que políticos fiquem inelegíveis por períodos excessivamente longos, o que poderia ser considerado desproporcional.

Por outro lado, críticos da proposta alegam que a mudança enfraquece a Lei da Ficha Limpa, uma das principais ferramentas de combate à corrupção no Brasil. Eles argumentam que a alteração pode facilitar o retorno de políticos condenados ao cenário eleitoral, comprometendo a integridade das eleições.

O projeto agora segue para votação no plenário do Senado. Se aprovado, ele será enviado para sanção presidencial. Caso seja sancionado, as novas regras só entrarão em vigor um ano após a sanção, o que significa que não afetarão as eleições municipais deste ano.

A aprovação do projeto pela CCJ do Senado marca um ponto importante no debate sobre a Lei da Ficha Limpa. Enquanto alguns veem a mudança como uma forma de tornar o sistema mais justo, outros temem que ela possa abrir brechas para a corrupção. A sociedade brasileira acompanha de perto os desdobramentos dessa questão, que promete continuar gerando discussões intensas.

Com a votação no plenário do Senado se aproximando, é crucial que os cidadãos se mantenham informados e participem do debate. A transparência e a integridade do processo eleitoral são fundamentais para a democracia, e cada mudança na legislação deve ser cuidadosamente analisada.

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