Brasil
VENDAS NO VAREJO CAEM 1% EM JUNHO: FIM DE UMA SEQUÊNCIA DE CINCO MESES DE ALTA
As vendas no varejo brasileiro registraram uma queda de 1% em junho, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de crescimento, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 14 de agosto.
O recuo nas vendas foi maior do que o esperado pelos analistas, que previam uma queda de apenas 0,2%. No acumulado do primeiro semestre de 2024, o varejo ainda apresenta um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período de 2023, embora esse número seja inferior ao acumulado até maio, que era de 5,5%.
A principal razão para a queda nas vendas foi o desempenho negativo do setor de hiper e supermercados, que registrou uma retração de 2,1% em junho. Outros setores que também apresentaram queda incluem artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), tecidos, vestuário e calçados (-0,9%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-0,3%).
Por outro lado, alguns segmentos conseguiram manter um desempenho positivo. As vendas de combustíveis e lubrificantes cresceram 0,6%, enquanto equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram um aumento de 1,2%. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria subiram 1,8%, e móveis e eletrodomésticos registraram um crescimento de 2,6%.
A inflação dos alimentos foi um dos principais fatores que contribuíram para a queda nas vendas do setor de hiper e supermercados. Embora o índice geral de inflação tenha diminuído em junho, a alimentação no domicílio subiu 0,47% no mês, impactando negativamente o poder de compra dos consumidores.
Apesar da queda em junho, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou um crescimento de 0,4% na passagem de maio para junho. Isso sugere que, embora alguns setores estejam enfrentando dificuldades, outros continuam a mostrar resiliência.
A queda de 1% nas vendas do varejo em junho serve como um alerta para o setor, que vinha em uma trajetória de recuperação. A inflação dos alimentos e a redução no poder de compra dos consumidores são desafios que precisam ser enfrentados para que o varejo volte a crescer de forma sustentável. A diversificação dos setores que apresentaram crescimento pode ser um indicativo de caminhos a serem explorados para manter a resiliência do comércio varejista brasileiro.
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