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ITAÚ ELEVA PROJEÇÕES PARA DÓLAR E INFLAÇÃO EM MEIO A AUMENTO DE RISCOS E DEPRECIAÇÃO DO CÂMBIO

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O Itaú Unibanco revisou suas projeções para o dólar e a inflação em 2024 e 2025, citando um aumento significativo dos riscos econômicos e a depreciação do câmbio. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, a instituição financeira elevou a estimativa para a moeda norte-americana de R$ 5,15 para R$ 5,30 por dólar em 2024, e de R$ 5,25 para R$ 5,40 por dólar em 2025.

A revisão das projeções reflete uma piora nos fundamentos econômicos domésticos, com destaque para o aumento da percepção de risco fiscal. Segundo o relatório, o recente aumento do prêmio de risco levou o câmbio a níveis próximos aos observados durante os momentos de maior estresse da pandemia.

Além das projeções para o dólar, o Itaú também revisou suas expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova estimativa para o IPCA subiu para 4,0% em 2024 e 2025, ante previsões anteriores de 3,8% e 3,7%, respectivamente. O banco destacou que a depreciação do câmbio tem impacto direto sobre os preços de alimentos e bens industriais, além de um recente reajuste nos preços da gasolina.

O economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, explicou que o balanço de riscos para a projeção de inflação permanece assimétrico, com possibilidade de um câmbio ainda mais depreciado afetar adicionalmente os preços de alimentos e bens industriais. Mesquita também mencionou que o mercado de trabalho apertado pode resultar em uma inflação de serviços subjacentes mais próxima de 6%.

O relatório do Itaú também mencionou a expectativa de um bloqueio de despesas pelo governo, estimado entre 20 a 30 bilhões de reais, como uma medida necessária para melhorar a percepção do mercado sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Sem essa confiança, há um risco significativo de retorno a uma trajetória insustentável da dívida pública.

Apesar das revisões nas projeções para o dólar e a inflação, o Itaú manteve inalteradas suas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 2025, em 2,3% e 1,8%, respectivamente, e para a taxa Selic, em 10,50% ao ano até o final de 2025.

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