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BRASIL À BEIRA DO COLAPSO FISCAL: A URGÊNCIA DE UMA REFORMA ORÇAMENTÁRIA
A situação fiscal do Brasil está se tornando cada vez mais crítica, e sem uma reforma orçamentária adequada, o país pode enfrentar um colapso fiscal. Essa é a análise de Paulo Paiva, professor associado da Fundação Dom Cabral e ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Atualmente, uma grande parte da receita tributária do Brasil está comprometida com despesas obrigatórias. Em 2010, 86% da receita estava destinada a essas despesas, e esse percentual subiu para 92% em 2023. Se essa tendência continuar, em 2040, toda a receita estará comprometida, deixando pouco ou nenhum espaço para gastos discricionários. Isso significa que o governo perderá a flexibilidade necessária para administrar o orçamento de forma eficaz.
Um dos principais fatores que contribuem para essa situação é o crescimento acelerado das despesas com a Previdência Social. O sistema atual, onde os trabalhadores ativos contribuem para o pagamento dos benefícios previdenciários, é sustentável apenas enquanto o número de novos trabalhadores for maior que o número de aposentados. No entanto, as projeções demográficas indicam uma diminuição no número de contribuintes, o que resultará em um crescimento das despesas mais rápido que o das receitas.
Além disso, os benefícios da Previdência são reajustados anualmente pelo salário mínimo, o que cria uma pressão adicional sobre o orçamento. Embora o salário mínimo deva crescer para incorporar os ganhos de produtividade dos trabalhadores, essa política também aumenta as despesas previdenciárias, tornando o sistema insustentável a longo prazo.
Para evitar o colapso fiscal, é urgente a necessidade de uma reforma orçamentária. Essa reforma deve incluir medidas para controlar o crescimento das despesas obrigatórias e criar espaço para investimentos em áreas prioritárias. Além disso, é crucial que a reforma seja implementada o quanto antes para evitar um agravamento da situação.
A análise de Paulo Paiva serve como um alerta para a necessidade de uma gestão fiscal mais rigorosa e de reformas estruturais no Brasil. Sem essas mudanças, o país corre o risco de enfrentar um colapso fiscal, comprometendo seu desenvolvimento econômico e social.
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