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INFLAÇÃO E INCERTEZAS FISCAIS ELEVAM JUROS FUTUROS NO BRASIL

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As taxas de juros futuros no Brasil registraram uma alta significativa nesta semana, impulsionadas por uma combinação de inflação crescente e preocupações com a sustentabilidade das contas públicas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, divulgado recentemente, mostrou uma aceleração para 0,44%, elevando a inflação anual para 4,42%, próximo ao teto da meta do Banco Central.

A inflação mais alta do que o esperado tem pressionado o Banco Central a manter a taxa Selic elevada no médio e longo prazo. Em resposta, os contratos de juros futuros para janeiro de 2027 subiram de 12,33% para 12,58%, enquanto os contratos para janeiro de 2028 e 2032 também registraram aumentos significativos. Esse movimento reflete a expectativa do mercado de que a política monetária precisará ser mais rígida para controlar as pressões inflacionárias.

Além da inflação, a desconfiança dos investidores em relação à capacidade do governo de gerenciar as contas públicas tem contribuído para a volatilidade do mercado. O déficit fiscal, frequentemente coberto por receitas não recorrentes, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo. Esse cenário de incerteza fiscal aumenta o custo de financiamento do governo, refletido nas taxas dos títulos do Tesouro Nacional.

Especialistas apontam que o mercado está altamente sensível a notícias econômicas negativas. “O mercado está muito volátil e arisco a notícias negativas. Nesse sentido, uma inflação que volta a preocupar em setembro, potencialmente em outubro também, impõe um cenário de Banco Central pressionado para subir os juros”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que recentemente elevou a Selic para 10,75% ao ano, deixou claro que futuras decisões dependerão dos dados econômicos, especialmente os de inflação. Com a inflação persistente e as preocupações fiscais, o mercado continuará atento às próximas movimentações do Banco Central e às políticas fiscais do governo.

 

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