Economia
BRASIL ENFRENTARÁ MAIS UMA SEMANA DE RUÍDOS E TURBULÊNCIA
O Brasil se prepara para mais uma semana de ruídos e turbulência, com uma série de eventos econômicos e políticos que prometem agitar o mercado e os empresários.
A agenda econômica da semana promete não deixar o Brasil experimentar dias mais estáveis ou com menos ruídos. Entre as batalhas da política, que provocam boa parte do abalo, e os dados econômicos que serão divulgados, tudo indica que não deve haver trégua no mercado.
Na pauta doméstica serão conhecidos o IPCA-15 de maio e a Pnad Contínua de abril. A correlação entre inflação e desemprego é uma das grandes preocupações do Banco Central. Com mercado de trabalho forte e resiliente, o risco de pressão inflacionária está no radar do Copom e foi um dos componentes da decisão da taxa Selic.
Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretores da autarquia gastaram tempo e palavras para tentar desfazer o mal-estar que causaram com a divisão do último Copom. A separação entre os “novos” e os “antigos” ficou marcada e é uma das dúvidas sobre a próxima definição dos juros. O que todos deixaram claro é que o cenário mudou para pior e o espaço para novas quedas está se fechando.
A alta das taxas negociadas no mercado futuro de juros desde o Copom não cedeu, carregando uma percepção de risco sobre a gestão da política monetária. A força majoritária da manutenção de um cenário negativo para a Selic ainda é a política fiscal. Apesar do governo ter apresentando bons resultados para o primeiro quadrimestre do ano, a gestão das contas está claramente comprometida.
Os debates mais esperados para o ano, como a regulamentação da reforma tributária, vão ficando de lado, o que aumenta o risco de saírem pior do que esperado. O Congresso está focado em garantir desoneração da folha de pagamentos dos setores escolhidos e dos municípios brasileiros. Até a taxação das “bugigangas” conquistou prioridade em Brasília. Corte e revisão de gastos, nem pensar.
“A condução da política econômica demanda algumas premissas, como transparência, previsibilidade e credibilidade. O que nós vimos na semana passada não foi nada disso”, diz Jeferson Bitencourt, economista do Asa Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional. Portanto, o Brasil se prepara para mais uma semana de incertezas e desafios.
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