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SEDIAR AS OLIMPÍADAS: UM FARDO FINANCEIRO INSUSTENTÁVEL, ALERTAM ECONOMISTAS
A realização dos Jogos Olímpicos, outrora vista como uma oportunidade de ouro para impulsionar a economia e promover a imagem de uma cidade, está sendo cada vez mais questionada por economistas ao redor do mundo. A sustentabilidade financeira de sediar um evento dessa magnitude tem sido alvo de intensos debates, com muitos especialistas alertando que os custos superam os benefícios.
Os custos associados à organização dos Jogos Olímpicos são astronômicos. Desde a construção de novas infraestruturas até a segurança e a logística, os gastos podem facilmente ultrapassar dezenas de bilhões de dólares. Por exemplo, os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 tiveram um custo estimado de US$ 25 bilhões, muito acima do previsto inicialmente. Economistas como Andrew Zimbalist, professor do Smith College, argumentam que esses eventos raramente geram o retorno financeiro esperado.
Embora os Jogos Olímpicos atraiam turistas e patrocinadores, os benefícios econômicos a longo prazo são frequentemente superestimados. Victor Matheson, professor de economia da Universidade de Santa Cruz de Massachusetts, destaca que os custos não-oficiais e os gastos adicionais, como os provocados pela pandemia, podem deixar um “rombo” significativo na economia do país anfitrião. Além disso, muitas das infraestruturas construídas para os Jogos acabam subutilizadas ou abandonadas após o evento.
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 prometem ser uma das edições mais sustentáveis da história, com iniciativas focadas na responsabilidade econômica, social e ambiental. No entanto, mesmo com essas medidas, a viabilidade financeira de sediar os Jogos continua sendo uma preocupação. A cidade está implementando uma série de ações para reduzir custos e maximizar os benefícios, como o uso de energia renovável e a gestão eficiente de resíduos. Ainda assim, a questão permanece: os benefícios compensam os custos?
Diante desse cenário, algumas alternativas têm sido propostas para tornar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis financeiramente. Uma das sugestões é a rotação fixa de cidades-sede, o que permitiria o uso contínuo das infraestruturas existentes, reduzindo a necessidade de novos investimentos massivos a cada edição. Outra proposta é a realização de eventos mais modestos, com menos exigências de construção e infraestrutura.
A sustentabilidade financeira de sediar os Jogos Olímpicos é uma questão complexa e multifacetada. Enquanto os benefícios imediatos, como o aumento do turismo e a visibilidade global, são inegáveis, os custos a longo prazo e os impactos econômicos negativos não podem ser ignorados. Economistas alertam que, sem uma abordagem mais sustentável e realista, sediar os Jogos pode se tornar um fardo financeiro insustentável para muitas cidades.
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