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TRAGÉDIA AÉREA: AVIÃO DA VOEPASS OPERAVA SEM GRAVAR 8 INFORMAÇÕES CRUCIAIS NA CAIXA-PRETA

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Em um trágico acidente aéreo ocorrido em 9 de agosto de 2024, um avião da Voepass Linhas Aéreas caiu em Vinhedo, São Paulo, resultando na morte de 62 pessoas. A aeronave, um modelo ATR 72-500, operava com uma licença temporária que permitia a omissão de oito tipos de informações cruciais na caixa-preta, conforme autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março de 2023.

A licença, válida por 18 meses, permitia que a Voepass não registrasse dados operacionais importantes, como a pressão dos freios, a aplicação dos pedais, a pressão hidráulica e as forças de comando dos controles de voo. Esses parâmetros são essenciais para a investigação de acidentes, pois ajudam a entender as ações do piloto e o comportamento da aeronave durante o voo.

Especialistas alertam que a ausência dessas informações pode comprometer a investigação do acidente. Jorge Leal Medeiros, piloto e engenheiro aeronáutico, destacou que a falta de dados sobre as forças de comando dos controles de voo impede a identificação das atitudes do comandante, como direcionar o avião para cima, baixo, esquerda ou direita.

O voo 2883 partiu de Cascavel, Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Durante o trajeto, a aeronave caiu verticalmente e colidiu com o solo no quintal de uma casa em Vinhedo, explodindo e pegando fogo. Felizmente, ninguém no solo se feriu. A principal suspeita é uma falha no sistema anticongelamento, que teria provocado o acúmulo de gelo na aeronave, fazendo com que o piloto perdesse o controle.

A Anac e a Voepass ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o impacto da licença na investigação do acidente. No entanto, a tragédia levanta questões sobre a segurança e a regulamentação das operações aéreas no Brasil. A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que um relatório preliminar sobre o acidente deve ser divulgado em 30 dias.

A tragédia em Vinhedo destaca a importância de uma regulamentação rigorosa e da transparência nas operações aéreas. A omissão de informações cruciais na caixa-preta pode não apenas comprometer a investigação de acidentes, mas também impedir a implementação de medidas corretivas que poderiam salvar vidas no futuro.

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