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DISPUTA NO STF: MENDONÇA E MORAES EM LADOS OPOSTOS NA QUESTÃO DO ABORTO LEGAL

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O Supremo Tribunal Federal (STF) está no centro de um debate acalorado sobre a legalidade do aborto em casos de estupro. A controvérsia gira em torno da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que votou pela suspensão de uma norma do Conselho Federal de Medicina (CFM) que dificultava o acesso ao aborto legal. Em contrapartida, o ministro André Mendonça apresentou um voto divergente, posicionando-se contra a suspensão da norma.

A norma em questão proibia médicos de realizar o procedimento de assistolia fetal após 22 semanas de gestação em casos de estupro. Moraes, ao suspender a norma, argumentou que havia indícios de “abuso do poder regulamentar” por parte do CFM, limitando um procedimento médico reconhecido e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e previsto em lei.

Mendonça, por outro lado, defendeu que o CFM se baseia em especificações científicas da área e que a justiça “não dispõe de capacidade institucional ou técnica para escrutinar o acerto ou desacerto da norma”. Ele argumentou que não via na questão um impasse legal, sustentando que a resolução apenas regulamentava fatores que os médicos devem considerar para a adoção do procedimento médico em casos de aborto resultante de estupro.

O julgamento ocorre no âmbito do Plenário Virtual, com os magistrados tendo até o dia 10 de junho para apresentar seus votos. Até o momento, o placar está empatado, com um voto para cada lado. A decisão final do STF terá implicações significativas para a saúde das mulheres e para a prática médica no Brasil.

A disputa entre Mendonça e Moraes no STF reflete as complexidades e as sensibilidades envolvidas na questão do aborto legal. Enquanto o debate prossegue, o país aguarda uma resolução que equilibre os direitos das mulheres, as prerrogativas médicas e as normativas legais.

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