Brasil
INDÚSTRIA BRASILEIRA ENFRENTA QUEDA INESPERADA NO INÍCIO DO 2° TRIMESTRE
A indústria brasileira iniciou o segundo trimestre de 2024 com um desempenho abaixo do esperado. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma retração de 0,5% na produção industrial em abril em comparação com o mês anterior.
Este resultado veio após um ligeiro crescimento em março, que já havia sido menor que as projeções. A expectativa mediana das instituições consultadas pelo Valor Data era de uma queda de apenas 0,4%, com projeções variando entre uma queda de 1,2% e um avanço de 1%.
A produção industrial no Brasil registrou em abril uma retração ainda maior de 0,6% em relação a março, marcando uma desaceleração significativa em comparação com o aumento de 1,0% no mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a produção apresentou um recuo de 2,7%.
Os números refletem uma conjuntura econômica desafiadora, com perdas disseminadas entre os setores industriais. De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, “Em abril, observamos uma maior disseminação de quedas na produção industrial, alcançando 16 dos 25 ramos industriais investigados. Esse maior espalhamento de resultados negativos não era visto desde outubro de 2022”.
Os principais setores afetados foram os de produtos alimentícios, com uma queda de 3,2%, máquinas e equipamentos, com uma redução de 9,9%, e veículos automotores, reboques e carrocerias, que diminuíram 4,6%. O setor de produtos alimentícios, em particular, sofreu o maior impacto negativo, acumulando uma perda de 7,3% nos últimos quatro meses.
Analistas preveem que a indústria brasileira poderá continuar com um desempenho fraco ao longo de 2024, enfrentando desafios como a redução da demanda, juros elevados, maior endividamento e o esgotamento da retomada pós-pandemia. No primeiro trimestre, o setor industrial já havia recuado 0,1%, marcando o segundo trimestre consecutivo no vermelho.
A situação atual da indústria brasileira é preocupante, estando 2,0% abaixo do nível pré-pandemia de fevereiro de 2020 e 18,5% aquém do ponto mais alto da série histórica, de maio de 2011. O patamar atual é comparável ao de janeiro de 2009, evidenciando a perda de força ano após ano.
Este cenário ressalta a necessidade de políticas eficazes para revitalizar o setor industrial e estimular a economia brasileira em meio a um ambiente econômico global cada vez mais competitivo e incerto.
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