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DESAFIOS E SOLUÇÕES: PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA CAI EM 2023, MAS PESQUISADORES APONTAM CAMINHOS PARA REVERTER

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Brasília, DF – A produção científica brasileira registrou uma queda de 7,2% em 2023 em comparação ao ano anterior, conforme aponta o relatório da Elsevier-Bori. Este é o segundo ano consecutivo de declínio, trazendo a produção de artigos científicos de volta aos níveis pré-pandemia. A redução na publicação de pesquisas reflete uma série de desafios enfrentados pelo setor, mas especialistas indicam caminhos para reverter essa tendência.

A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo na produção científica global, e o Brasil não foi exceção. A necessidade de isolamento social e a paralisação de muitos laboratórios dificultaram a coleta de dados e a realização de experimentos, resultando em uma diminuição no número de artigos submetidos e publicados. Além disso, os cortes no financiamento à ciência nos últimos anos agravaram a situação, limitando os recursos disponíveis para pesquisa e desenvolvimento.

O relatório do Observatório do Conhecimento destaca que o pico de investimentos em ciência no Brasil ocorreu em 2014, com um orçamento de R$ 38 bilhões. Desde então, os recursos destinados à produção científica vêm diminuindo, acumulando perdas de R$ 117 bilhões em valores reais corrigidos pelo IPCA. Para reverter essa tendência, seria necessário recompor R$ 86 bilhões para compensar as perdas entre 2015 e 2023.

Especialistas apontam várias estratégias para retomar o crescimento da produção científica no Brasil:

  1. Aumento do Financiamento: Reverter os cortes no orçamento e garantir investimentos contínuos e crescentes em ciência e tecnologia são essenciais para estimular a pesquisa e a inovação.
  2. Incentivo à Colaboração Internacional: Fortalecer parcerias com instituições estrangeiras pode ampliar o acesso a recursos e tecnologias avançadas, além de promover a troca de conhecimentos e experiências.
  3. Apoio à Formação de Pesquisadores: Investir na formação e capacitação de novos pesquisadores é crucial para garantir a continuidade e a qualidade da produção científica. Programas de bolsas de estudo e incentivos à pesquisa acadêmica são fundamentais.
  4. Melhoria da Infraestrutura: Modernizar e equipar laboratórios e centros de pesquisa com tecnologias de ponta pode aumentar a eficiência e a produtividade dos pesquisadores.

Apesar dos desafios, há otimismo entre os especialistas de que, com as medidas adequadas, o Brasil pode retomar o crescimento na produção científica. A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), realizada em Brasília, destacou a importância de uma política nacional robusta para o setor, com foco em investimentos e inovação.

A comunidade científica brasileira está empenhada em superar os obstáculos e continuar contribuindo para o avanço do conhecimento e o desenvolvimento do país. A retomada do crescimento na produção científica depende de um esforço conjunto entre governo, instituições de pesquisa e sociedade.

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