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Economia

ECONOMISTAS ALERTAM: BLOQUEIO ANUNCIADO PELO GOVERNO NÃO É SUFICIENTE PARA CUMPRIR META FISCAL

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O recente bloqueio de despesas anunciado pelo governo federal, que totaliza R$ 13,3 bilhões, não será suficiente para cumprir a meta fiscal de 2024, segundo economistas. A medida, que inclui um bloqueio adicional de R$ 2,1 bilhões anunciado na última sexta-feira (20), visa controlar os gastos públicos, mas enfrenta ceticismo quanto à sua eficácia.

Em julho, o governo já havia bloqueado R$ 11,2 bilhões do orçamento federal. Com o novo bloqueio, o total chega a R$ 13,3 bilhões. No entanto, o governo também liberou R$ 3,8 bilhões que haviam sido contingenciados anteriormente, o que, segundo especialistas, compromete a eficácia das medidas de contenção.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, considera o anúncio “bastante irrealista”. Ele argumenta que, para cumprir a meta fiscal, seria necessário um bloqueio adicional de pelo menos R$ 11,2 bilhões. Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos, critica as “idas e vindas” do governo em relação ao orçamento, o que, segundo ele, prejudica a imagem de responsabilidade fiscal do Executivo.

De acordo com o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º Bimestre de 2024, a receita líquida do Executivo subiu em R$ 4,4 bilhões, permitindo a reversão do contingenciamento. No entanto, o déficit primário deste ano deve ser de R$ 28,3 bilhões, próximo ao limite de tolerância de 0,25% do PIB, equivalente a R$ 28,8 bilhões.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, alerta que o déficit total deste ano pode chegar a R$ 60 bilhões e, no próximo ano, a R$ 75 bilhões. Ele destaca que a dívida pública terá subido 10 pontos percentuais em três anos, o que está longe de ser um ajuste fiscal adequado.

O bloqueio de despesas anunciado pelo governo é uma tentativa de controlar os gastos públicos e cumprir a meta fiscal. No entanto, economistas apontam que as medidas são insuficientes e que o governo precisa adotar ações mais rigorosas para alcançar a estabilidade fiscal. A continuidade dessa situação pode comprometer a credibilidade do governo e aumentar a dívida pública, exigindo uma revisão das políticas econômicas adotadas.

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