Brasil
VAREJO BRASILEIRO CRESCE 4% EM OUTUBRO: RECUPERAÇÃO ECONÔMICA IMPULSIONA CONSUMO E GERA EXPECTATIVAS POSITIVAS
As vendas no varejo brasileiro registraram um crescimento de 4% em outubro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Stone, uma das maiores empresas de tecnologia e soluções financeiras para o setor. O resultado positivo reflete uma recuperação gradual do setor, que sofreu fortemente nos últimos anos devido à pandemia e à instabilidade econômica. Esse aumento nas vendas mostra uma tendência de recuperação do consumo, especialmente em categorias essenciais, como alimentos, vestuário e produtos de cuidados pessoais.
A pesquisa da Stone revela que o crescimento nas vendas foi impulsionado principalmente pela estabilidade do emprego, o aumento da confiança do consumidor e pela recuperação de setores afetados pela crise sanitária. Mesmo com desafios econômicos, como a inflação e os altos custos de produção, o varejo brasileiro conseguiu registrar uma evolução positiva no mês de outubro.
“A alta de 4% nas vendas é um sinal de que a economia brasileira está mostrando resiliência. O aumento no poder de compra das famílias, aliado a uma confiança crescente no futuro, ajudou a impulsionar o setor de varejo, que tem um peso significativo na economia nacional”, afirmou Mariana Silva, economista da Stone.
Entre os segmentos que mais impulsionaram as vendas em outubro estão os setores de alimentos e bebidas, vestuário e calçados, e produtos de cuidados pessoais. No caso de alimentos, o crescimento foi impulsionado pelo aumento nas compras de itens básicos, como arroz, feijão e produtos lácteos, que continuam a ser priorizados pelas famílias.
O segmento de vestuário e calçados também teve um desempenho robusto, com consumidores mais confiantes em suas compras, muitas vezes aproveitando promoções de fim de temporada e descontos. Já os produtos de cuidados pessoais, especialmente cosméticos e itens de higiene, seguiram uma tendência de crescimento, à medida que a recuperação econômica trouxe mais disposição ao consumo de itens não essenciais.
“A recuperação do varejo não é uniforme, mas certos setores estão sendo mais resilientes, com destaque para aqueles que atendem às necessidades do dia a dia da população. O vestuário, por exemplo, experimentou um crescimento mais acentuado, devido ao comportamento de consumo sazonais e ao aumento das compras de fim de ano”, explicou Silva.
O crescimento nas vendas do varejo também pode ser explicado por uma série de fatores externos e internos que influenciaram o comportamento dos consumidores. A continuidade da estabilidade no mercado de trabalho e a diminuição das taxas de desemprego no Brasil ajudaram a aumentar a confiança dos consumidores e, consequentemente, o apetite por consumo.
Além disso, a queda da inflação em setores-chave, como alimentação e energia, deu um alívio no orçamento das famílias, permitindo que os consumidores direcionassem mais recursos para as compras no varejo. A expectativa positiva para o fim do ano, com o Natal e outras datas promocionais, também contribui para o aumento nas vendas de outubro, antecipando um bom desempenho para os próximos meses.
Outro ponto importante foi a adaptação do setor ao cenário digital. Muitos varejistas continuaram a expandir suas operações online, o que ajudou a atrair consumidores que buscam praticidade e opções mais competitivas de preço. A ampliação das vendas por e-commerce também tem sido uma tendência crescente, com o aumento do uso de plataformas digitais para compras no varejo.
Apesar do crescimento positivo em outubro, o varejo brasileiro ainda enfrenta desafios significativos. A inflação persistente, a alta nos custos de insumos e os efeitos da instabilidade política continuam sendo fatores de preocupação para os empresários do setor. Além disso, a elevada carga tributária no Brasil representa um desafio adicional, impactando diretamente os preços e a competitividade.
Para os próximos meses, a expectativa é de que o crescimento nas vendas continue, especialmente com o aquecimento do comércio no final do ano, com a Black Friday e o Natal. No entanto, o ritmo de crescimento pode ser mais moderado, dependendo de fatores como a taxa de juros, o nível de confiança do consumidor e a recuperação da economia global.
“A recuperação econômica ainda é um processo gradual e os próximos meses serão determinantes. A chegada de grandes datas de vendas, como a Black Friday e o Natal, deve contribuir para impulsionar o varejo, mas é importante que os consumidores continuem com cautela nas compras, pois ainda existem fatores que podem afetar a economia no curto prazo”, afirmou Marcos Ribeiro, consultor de varejo.
O crescimento no varejo também reflete na movimentação do mercado de trabalho. Com o aumento das vendas, muitas empresas têm expandido suas operações e contratado novos colaboradores para atender à demanda crescente. O impacto no emprego é especialmente positivo em segmentos como comércio de alimentos, moda e eletrônicos, que apresentam boas perspectivas de crescimento para o final do ano.
Além disso, o aumento no consumo tem o efeito multiplicador na economia, beneficiando fornecedores, transportadores e até mesmo o setor de logística, que tem visto um aumento nas operações para atender à demanda crescente do e-commerce.
O crescimento de 4% nas vendas do varejo brasileiro em outubro é um reflexo positivo da recuperação econômica do país, que segue enfrentando desafios, mas mostra sinais de resiliência. O consumo continua a ser um pilar importante para a economia, e os setores de alimentos, vestuário e cuidados pessoais são os que mais se beneficiaram dessa recuperação.
À medida que o ano avança e datas de consumo como Black Friday e Natal se aproximam, as expectativas para o varejo seguem otimistas, com perspectivas de crescimento contínuo. Contudo, os varejistas precisarão estar atentos aos desafios econômicos, como a inflação e os custos elevados, para garantir a sustentabilidade desse crescimento.
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