🌾 CRISE NO CAMPO | Entidades do agro defendem união e cobram medidas urgentes para salvar o setor no Rio Grande do Sul

O agronegócio gaúcho vive um dos momentos mais desafiadores de sua história. Após enfrentar anos consecutivos de estiagens severas e duas grandes enchentes, o setor rural do Rio Grande do Sul agora lida com falta de crédito, endividamento crescente e queda nas cotações das principais culturas agrícolas. Diante desse cenário crítico, representantes das maiores entidades do agro gaúcho se reuniram nesta quinta-feira (23) na sede da Fetag-RS, em Porto Alegre, para buscar alternativas conjuntas e defender a união de todo o setor.

🤝 Unidade acima das diferenças políticas
O encontro contou com lideranças da Farsul, Fetag-RS, FecoAgro/RS, Federarroz e Ocergs, além de representantes de órgãos públicos e parlamentares. O consenso entre todos foi claro: a saída para a crise passa pela cooperação e pela construção de soluções estruturantes.

“Precisamos pensar o que será o Rio Grande do Sul daqui para frente. Não é só o produtor que está no meio do problema, é o estado inteiro. Precisamos olhar para um ponto estruturante”, afirmou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel, ao abrir o encontro. Ele destacou que, embora o Governo Federal tenha tomado medidas pontuais, elas ainda são insuficientes para reverter a crise.

🌽 Prejuízos bilionários e risco de colapso
Representando a Farsul, o diretor e presidente eleito Domingos Velho Lopes revelou dados alarmantes: o estado deixou de colher mais de 50 milhões de toneladas de grãos nos últimos anos, o que representa R$ 300 bilhões a menos na economia gaúcha. “Vivemos um problema de Estado”, alertou.

Lopes fez um apelo pela união do setor e da sociedade, mesmo em um ano pré-eleitoral. “Precisamos conjugar o ‘nós’. Abraçar a pauta como Estado e como sociedade gaúcha. Não é momento de procurar culpados, mas de preparar o futuro com maturidade e união”, afirmou.

🚜 Produtores podem quebrar sem medidas rápidas
O diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, fez um alerta contundente: “Nas condições que estão sendo feitas as lavouras atualmente, se nada for feito, acredito que 30% dos produtores irão quebrar já no próximo ano. Estamos vivendo um cenário inédito na história do Rio Grande do Sul.”

Representantes da FecoAgro/RS e do Sistema Ocergs também destacaram a importância de uma visão sistêmica e integrada para que as soluções sejam duradouras e não apenas paliativas.

💰 Propostas e caminhos para o futuro
Entre as medidas apresentadas para recuperação do setor estão:

• Inclusão de custeio, investimentos e CPRs com vencimento em 2024/2025 na MP 1.314/2025;

• Ampliação de recursos em R$ 15 bilhões provenientes do Fundo Social do Pré-Sal, proposta da Farsul;

• Aumento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para R$ 2 bilhões;

• Criação de um programa estadual de subvenção ao seguro rural;

• Instituição de um fundo estadual de investimento para ampliação do crédito rural;

• Medidas específicas para a cadeia leiteira, incluindo restrições à importação de leite e derivados do Mercosul.

Lopes ainda citou o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal) como modelo de gestão eficiente e defendeu que novos fundos sigam o mesmo formato, com administração privada e foco em resultados reais.

🏛️ Próximos passos
Além das lideranças do agro, participaram do encontro representantes do Governo do Estado, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário, Conab e parlamentares. Um novo encontro foi agendado para a próxima semana, com o objetivo de consolidar as propostas e apresentá-las de forma unificada ao governo federal.

📣 “Esse é o momento de união e de trabalho conjunto. O agro gaúcho é resiliente, mas precisa de medidas concretas e urgentes para continuar produzindo e sustentando a economia do Rio Grande do Sul”, concluiu Domingos Velho Lopes.

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📚 Fontes: Fetag-RS, Farsul, FecoAgro/RS, Federarroz, Ocergs, Ministério da Agricultura e Pecuária, Conab.