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Estado SP

MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE INQUÉRITO PARA INVESTIGAR INCÊNDIO DEVASTADOR EM SHOPPING DE SP

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O Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito nesta quarta-feira para investigar as causas do incêndio de grandes proporções que destruiu um shopping center na zona sul da capital paulista. O fogo, que começou na madrugada de domingo, rapidamente se alastrou pelo complexo, causando danos estruturais significativos e mobilizando mais de 150 bombeiros em uma operação de combate às chamas. Apesar de ninguém ter ficado ferido, o evento levanta questões sobre as condições de segurança e manutenção nos grandes centros comerciais.

A medida foi anunciada após o laudo preliminar dos bombeiros apontar que falhas no sistema de segurança e uma possível sobrecarga elétrica podem ter contribuído para a extensão do incêndio. Agora, com o inquérito em andamento, o Ministério Público deve investigar se houve negligência por parte dos gestores do shopping e quais medidas poderiam ter sido tomadas para evitar a tragédia.

O incêndio começou nas primeiras horas de domingo, quando o shopping ainda estava fechado ao público. Testemunhas relataram que viram fumaça saindo de uma das lojas no piso térreo antes que as chamas se espalhassem para outros setores. Em pouco tempo, o fogo tomou conta de grandes áreas do prédio, destruindo lojas, praças de alimentação e áreas de serviço. A equipe de bombeiros, que chegou ao local poucos minutos após o chamado de emergência, teve dificuldades para conter as chamas devido à complexidade da estrutura e à grande quantidade de material inflamável presente nas lojas.

“Foi uma operação desafiadora”, afirmou o tenente-coronel André Almeida, do Corpo de Bombeiros de São Paulo. “As condições dentro do shopping, com várias lojas interligadas e uma quantidade significativa de mercadorias inflamáveis, dificultaram o combate ao fogo. Além disso, identificamos que alguns extintores e hidrantes internos não estavam em plena funcionalidade.”

Com a abertura do inquérito, o Ministério Público vai focar em possíveis irregularidades na estrutura e no plano de emergência do shopping. Informações preliminares indicam que o shopping pode ter falhado em atualizar medidas de segurança, como a revisão do sistema de alarme contra incêndios e a manutenção dos equipamentos de combate ao fogo. Segundo o promotor de Justiça, Ricardo Matos, o objetivo da investigação é apurar se o shopping cumpria todas as normas de segurança e se foram seguidas as práticas recomendadas para garantir a segurança dos clientes e funcionários.

“Estamos investigando a possibilidade de negligência em relação à manutenção dos sistemas de segurança e verificando se o local tinha um plano de emergência atualizado. Em casos como esse, é essencial que os responsáveis sigam rigorosamente todas as normas de prevenção”, afirmou o promotor Matos.

Além das possíveis falhas de manutenção, a investigação do Ministério Público também deve considerar a hipótese de sobrecarga elétrica, já que as lojas, muitas vezes, utilizam sistemas complexos de eletricidade para iluminação e refrigeração.

O incêndio causou forte impacto tanto entre os comerciantes do shopping quanto entre os moradores da região. Para alguns lojistas, que perderam seus estoques inteiros, a tragédia representa um desafio financeiro imenso. Mariana Silva, dona de uma loja de roupas, declarou que o incêndio trouxe grandes prejuízos: “Além da perda do estoque, vamos enfrentar um período de incertezas sobre a reabertura do shopping. Estamos esperando respostas e queremos saber o que será feito para que algo assim não aconteça de novo.”

Os frequentadores do shopping também demonstram preocupação com a segurança em grandes centros comerciais. Roberto Fernandes, que mora próximo ao local, conta que o incêndio o deixou em alerta. “Frequento o shopping com minha família toda semana. Saber que o sistema de segurança pode estar defasado é muito preocupante.”

Com o inquérito instaurado, o Ministério Público deverá ouvir testemunhas e representantes da administração do shopping, além de solicitar documentos e relatórios técnicos que comprovem a adequação da segurança. Paralelamente, peritos da Polícia Científica e especialistas em segurança estrutural foram chamados para fornecer uma análise detalhada das condições do prédio antes do incêndio.

O MP também pretende desenvolver, com base nos resultados, um plano para monitorar as condições de segurança dos demais centros comerciais da capital, reforçando as inspeções e exigindo o cumprimento das normas de proteção contra incêndios.

Embora as investigações ainda estejam em andamento, o caso já destaca a necessidade de mais rigor nas práticas de segurança em áreas de grande fluxo de pessoas. Para o promotor Ricardo Matos, o episódio serve como um alerta para outros estabelecimentos. “Esperamos que essa tragédia seja uma lição para todos os gestores de centros comerciais, que devem garantir um ambiente seguro e adequado para seus visitantes e funcionários”, concluiu.

Enquanto isso, a população e os comerciantes aguardam o desfecho das investigações e esperam que o caso traga mudanças concretas na fiscalização de centros comerciais em todo o estado. A tragédia também reacende a discussão sobre a necessidade de mais ações preventivas e modernização dos sistemas de combate a incêndios, elementos essenciais para a segurança em locais de grande concentração.

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